Genealogia geral |
São aqui apresentados alguns assuntos de genealogia geral na forma
de curtos artigos. O índice contem artigos mais densos, marcados com o simbolo
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Índice |
2005
Os sistemas de numeração em genealogia
2008
Podem as pesquisas genealógicas recuar no tempo até Ramsés ?
Ortografia (primeiras observações)
2009
2012
Numeração |
Os sistemas de numeração em genealogia ascendente
Numeração de Sosa-Stradonitz
Este sistema de numeração é muito simples a utilisar. Se você faz a sua árvore genealógica, utilisa o número 1, para o pai utilisa o número 2, para a mãe o número 3. Assim por diante, o 4 é atribuido ao avô paterno, o 5 à avó paterna... Deste modo, o sistema tem vários benefícios e permite, se o número não é muito grande, de situar ràpidamente a pessoa na árvore genealógica :
- Todos os homens têm um número par e todas as mulheres têm um número ímpar.
- Por outro lado, o pai duma pessoa tem sempre um número igual ao dobre do número dela ; e sua mãe o dobre mais um.
Exemplo : o pai de Ana Esteves, numerada 31, tem o número 62, e sua mãe tem o número 63.
Os sistemas de numeração em genealogia descendente
Numeração de d'Aboville
O sistema de numeração dos descendentes chamado de d'Aboville prevê de numerar simplesmente os filhos duma pessoa com um algarismo crescente a partir de 1.
Se você faz a sua árvore genealógica, utilisa o número 1 para si. Para o seu primogénito utilisa o numero 11, para o segundo o 12... De mesmo, para o seus netos utilisa o 111, 112... se são os filhos do seu primogénito ; e 121, 122... se são os filhos do segundo. Esta numeração pode também se combinar com a numeração duma genealogia ascendente. Por exemplo, o antepassado numerado 96 tem um filho numerado 961 ; é mesmo melhor escrever 96.1. Os filhos deste serão numerados 9611, 9612... o de maneira mais legível 96.11 e 96.12, o mesmo 96.1.1 e 96.1.2.
Numeração de Pélissier
Neste sistema de numeração chamado de Pélissier, variante da numeração de d'Aboville, os algarismos são substituidos por letras, mais legíveis, o que permite de ir para lá de 9 filhos. Aumentando um ponto para separar os numeros e as letras, e resevando as maiúsculas para os rapazes e as minúsculas para as raparigas, a identificação dum número é ainda mais facíl.
Vocabulário |
Agnatico : diz-se de uma genealogia que só se interessa a parentada masculina. Em genealogia ascendente, só o ramo paterno é pesquisado. Em França, é este ramo que transmite o nome de família.
Agnomes : elementos que demonstram a ligação e homenagem des nossos antepassados. Exemplo : José Pedro Junior
Cognático : diz-se de uma genealogia que também se interessa à parentada feminina. Na genealogia ascendente, todos os antepassados, homens o mulheres são pesquisados. Fala se também de genealogia por quarto.
Consanguíneo : parente do lado paterno. Dois filhos nascidos de mães diferentes mas tendo o mesmo pai são chamados irmãos o irmãs consanguíneos.
De cujus : é o ponto de partida da árvore genealógica, quer dizer a pessoa numerada 1 no sistema de Sosa-Stradonitz. Por isso, é você quando estabelece a sua árvore genealógica.
Matronímico : nome da mãe transmito como apelido aos seus filhos
Particulares : pequenas particulas de ligação dos nomes. Exemplo : Anna de Souza
Patronímico : nome do pai transmitido como apelido aos seus filho
Prenome, o nome próprio : a primeira designação de identificação do indivíduo, conhecido popularmente como nome de baptismo.
- simples : aquele constituído de um único elemento designativo.
- composto : aquele constituído de dois o mais elementos designativos.
Sobrenome, patronímico, apelido de família, cognome : o segundo elemento designado do indivíduo. Demonstra a filiação (família de origem).
Uterino : usado para indicar um parente do lado materno. Dois filhos nascidos da mesma mãe mas de pais diferentes são chamados irmãos o irmãs uterinos.
Ramsés |
Podem as pesquisas genealógicas recuar no tempo até Ramsés ?
Christian Settipani pensa que é mesmo certo. Este apaixonado de genealogia analisa minuciosamente desde a sua adolescência as genealogias antigas. Escreveu varios livros sobre as genealogias dos reis de França e apresenta as suas ideais de auto-estradas genealógicas no seu livro "Nos ancêtres de l'Antiquité", parecido em 1991. Sua hipótese é defendida por o genealógista francês Jean-Louis Beaucarnot. O site GeneAll relatava também as investigações de Christian Settipani.
Primeiro paço, e não é o mais fácil, estabelecer que descende de uma linhagem real :
- de um rei francês, Santo Luis, Hugues Capet ou Carlomagno,
- do primeiro rei portugués D. Afonso Henriques...
A partir deste ilustro antepassado, poderia-se recuar até os reis da Persia usando passarelas lançadas entre as linhagems reais. E da Persia, ainda poderia-se recuar até o grande faraó. Christian Settipani explica que a passarela entre as famílias occidentais modernas e as famílias orientais antigas é a esposa do rei Robert II de França. Esta princesa era filha do imperador Louis III (descendente direito de Carlomagno) e de sua esposa, Anna de Byzâncio, fillha do imperador do Oriento Léon VI.
No mesmo princípio, baseando-se sobre as genealogias mitológicas, seria possível estabelecer a sua árvore genealógica até Adão ou Zeus...
Assentos |
Pode-se expor algums princípios a seguir para ficar perto do texto original. O artigo publicado no GeneaWiki por os geneanautas apresentará algums complementos.
- É imperativo respeitar as mudanças de linha do assento original, mesmo no meio duma frase.
- Os caracteres ilegíveis/incompreensíveis devem ser trocados, se é possível, para caracteres normalizados. Escolhi o travessão "-". Deve poder-se contar as palavras incompreensíveis. Se algumas letras são legíveis, puz um travessão para cada letra presumida. Se é necessario de acrescentar algo, puz isso entre parentêses rectos "[ ]".
- A língua e a ortografia devem ser escrupulosemente respeitadas, mesmo aquelas dos nomes de família. E mesmo se há abreviaturas, é importante de nada acrescentar (ou então como explicado acima, entre parentêses rectos). Na medida em que são distintas, as maiúsculas devem ser sempre transcritas.
Ortografia |
Nos mais antigos registos, os assentos de baptismo que datam do século 19, a ortografia é variável.
A letra "z" é frequentemente, para não dizer sempre, usada em lugar da letra "s" (na ortografia moderna) nas palavras que comtem o som. Por exemplo, encontra-se em todos os assentos de baptismo a palavra "mez". A regra aplica-se também aos apelidos como no assento de baptismo de Manuel de Sousa, onde sua mãe é nomeada Jozefa de Jezuz.
Da mesma maneira, a letra "o" aparece em lugar da letra "u". O assento de baptismo do meu bisavô indica que foi baptizado "do nome de Manoel que nasceo nesta freguezia".
Os padres eram com certeza as pessoas as mais sábias. Mas, a ortografia não era definitivamente fixada. Assim, pode encontrar-se as ortografias "Covilham" ou "Conceiçam", "sidade", "septembro", "settembro" ou "nepta"... Um mesmo parente pode ser nomeado "Thereza" no seu assento de baptismo, "Terêza" no assento de nascimento do seus filhos, e assinar "Tereza".
Para o conforto de leitura do visitante, os assentos de baptismo, de nascimento o de casamento são sistématicamento transcriptidos. A transcrição respeita exactamente a ortografia do autor. Só a pontuação é enriquecida com suplemento de vírgulas para facilitar a compreensão do texto. Para os nomes dos parentes apresentados neste site, escolhei de guardar a ortografia a mais recente e o nome o mais completo.
Carta de foral |
Documento real que visava estabelecer um Concelho e regular a sua administração, limites e privilégios. A palavra "foral" deriva da palavra portuguesa "foro", que por sua vez provém do latina "fórum".
Os Forais foram concedidos entre o século XII e o século XVI. Eram a base do estabelecimento do município e, desse modo, o evento mais importante da história da vila ou da cidade. Era determinante para assegurar as condições de fixação e prosperidade da comunidade, assim como no aumento da sua área cultivada, pela concessão de maiores liberdades e privilégios aos seus habitantes, num período da História em que que as populações eram sujeitas a um regime de trabalho semi-escravo, na qualidade de servos dos senhores feudais.
O Foral tornava um concelho livre do controlo feudal, transferindo o poder para um concelho de vizinhos (concelho), com a sua própria autonomia municipal. Por conseguinte, a população ficava direta e exclusivamente sob o domínio e jurisdição da Coroa, excluindo o senhor feudal da hierarquia do poder. O Foral garantia terras públicas para o uso coletivo da comunidade, regulava impostos, pedágios e multas e estabelecia direitos de proteção e deveres militares dentro do serviço real.
Um pelourinho estava diretamente associada à existência de um Foral. Era erguido na praça principal da vila ou cidade quando o Foral era concedido e simboliza o poder e autoridade municipais.
Sob o reinado de Manuel I de Portugal os forais medievais - redigidos em latim bárbaro e já à época em mau estado de conservação - eram de difícil leitura e interpretação pelos oficiais das Câmaras, uma vez que também apresentavam grandes discrepâncias entre si. Com o objetivo de sistematizar a governação local ao nível administrativo, aquele monarca nomeou uma comissão que, durante duas décadas, procedeu à recolha de toda a documentação existente - Privilégios e antigos Forais - e reformulou-a segundo uma certa sistematização, o que fez com que os chamados "Forais Novos" sejam quase idênticos, assegurando uma certa unificação. São também conhecidos como de "leitura nova", uma vez que o monarca instituiu um novo tipo de letra caligráfica - o gótico librário -, mais inteligível. Em seu reinado foram reformulados 596 forais, reunidos nos "Livros dos Forais Novos". A reforma prolongou-se entre 1497 e 1520, abrangendo cerca de 570 concelhos.